Não conseguir se equilibrar sobre uma perna só por pelo menos dez segundos pode indicar risco de morte em até dez anos para pessoas acima de 50 anos. A conclusão é de uma pesquisa publicada na terça-feira 21 pela revista científica British Journal of Sports Medicine (BJSM).
O estudo contou com a participação de quatro pesquisadores brasileiros, além de outros da Austrália, Reino Unido, Finlândia e EUA. Ao todo, foram avaliados 1.702 voluntários, com idades entre 51 e 75 anos de idade, entre fevereiro de 2009 e dezembro de 2020. O objetivo da pesquisa era identificar a relação entre testes de aptidão física e problemas de saúde que podem levar à morte.
Segundo os resultados, a incapacidade de ficar em uma perna só está relacionada a uma chance 3,8 vezes maior de risco absoluto de morte. “É um risco muito maior do que ter diagnóstico de doença coronariana, ser obeso, hipertenso ou ser dislipidêmico. Então, é prioridade que o médico avalie também essa capacidade [de ficar em uma perna só]”, afirma o médico Claudio Gil Soares de Araújo, autor principal do artigo científico e diretor de pesquisa e educação da Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex). Os pesquisadores recomendam ainda que o teste de equilíbrio seja incluído em exames de rotina para idosos.
Uma das hipóteses que explicariam o maior risco de mortalidade em pessoas acima dos 50 anos que apresentam problemas de equilíbrio é que elas estão mais sujeitas às quedas, de acordo com o médico Claudio Araújo. Para alertar sobre o risco, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 24 de junho como o Dia Mundial da Prevenção de Quedas.
Apesar dos números adquiridos pelo estudo, a pesquisa é observacional, ou seja, não pode estabelecer uma relação de causa e efeito porque consiste no registro sistemático de padrões de comportamento das pessoas.
Revista Oeste
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