Header Ads Widget


Transparência Internacional critica nomeação de ministro condenado por peculato

Escolhido por Lula, Waldez Góes foi condenado pelo STJ por desvio de dinheiro público quando era governador do Amapá


A representação brasileira da organização Transparência Internacional criticou a nomeação de Waldez Góes como ministro da Integração Nacional. Condenado em 2019 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a seis anos de prisão por peculato — crime de desvio de dinheiro público, Góes foi agraciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o cargo de alto escalão.

Em texto publicado no Twitter na quinta-feira 5, a entidade, que atua no combate à corrupção em mais de 60 países, faz um breve histórico do caso do Góes e menciona que ele foi indicado pelo senador Davi Alcolumbre (UB-AP) e “entrou pela cota do Centrão, que consegue achacar qualquer governo, à direita ou à esquerda”.

A defesa do ministro recorreu da decisão do STJ ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o processo está parado, em razão de pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. “Ainda assim, apesar da gravidade do caso, foi empossado ministro do governo Lula”, escreveu a Transparência Internacional.

“A nomeação de um ministro condenado à prisão destoa desses bons quadros e acende todos os alertas”, seguiu a organização, depois de afirmar que Lula faz “silêncio sobre combate à corrupção”.

A Transparência Internacional também escreve que “o padrão ético na formação de ministérios é vital na promoção da integridade e da democracia e, por isso, a “sociedade e as instituições devem impedir que um Ministério fundamental para o desenvolvimento de regiões desassistidas do país continue usado como máquina de corrupção e feudalização eleitoreira.”

Dos 37 ministros nomeados por Lula, pelo menos 19 já enfrentaram investigações na Justiça. Alguns inquéritos foram arquivados, sem que os investigados respondessem a uma ação; outros, foram condenados, mas recorreram e conseguiram reverter as sentenças. O próprio Lula foi condenado em três instâncias e conseguiu anular as decisões no STF.

No caso de Góes, que foi governador do Amapá por quatro mandatos, entre 2003 e 2010 e entre 2015 e 2022, ele chegou a ser preso em 2010, por suspeita de integrar uma organização criminosa que teria desviado R$ 300 milhões repassados pela União ao Estado para investimentos em educação. Góes foi solto 10 dias depois e em 2017 o STJ rejeitou denúncias relacionadas ao caso.

Em 2019, porém, em outro processo, o ministro foi condenado por peculato por desviar valores de empréstimos consignados dos servidores estaduais do Amapá.

Revista Oeste 

Postar um comentário

0 Comentários