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quinta-feira, 11 de julho de 2024

Defesa de Bolsonaro pede acesso à delação de Cid no caso das joias

Solicitação enviada a Moraes, relator do caso no Supremo, classifica o indiciamento do ex-presidente como “anômalo”

Foto: reprodução


A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta 4ª feira (10.jul.2024) acesso à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do antigo chefe do Executivo, e aos outros documentos do inquérito da PF (Polícia Federal) que apura a suposta venda das joias sauditas.

A solicitação foi enviada ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator no Supremo. A defesa classificou o indiciamento de Bolsonaro no caso como “anômalo”.

Segundo os advogados, o acesso “há que ser irrestrito” porque súmula do STF “só excepciona o acesso aos elementos de prova que não tiverem sido documentados em procedimento investigatório, o que não se aplica ao presente caso, haja vista a midiática informação sobre o indiciamento e conclusão da apuração”.

“Ademais, o constitucional exercício da ampla defesa só será viabilizado caso seja franqueado o acesso aos autos de todos os feitos cujas informações ou provas tenham sido aproveitadas de algum modo nesta petição, de modo a evitar-se que a proposital autuação de procedimentos em autos apartados escamoteie inquisitorialmente informações essenciais”, disse o pedido.

DELAÇÃO DE MAURO CID

Em relação à delação premiada de Mauro Cid, a defesa de Bolsonaro pediu:a irrestrita disponibilização dos autos principais e pertinentes apensos/anexos;

  • a registro audiovisual integral –sem cortes ou edição de imagens e com os correspondentes códigos hash dos arquivos de mídia (dados, imagens, áudios e/ou vídeos, entre outros)– de todos os atos da referida colaboração premiada, inclusive das negociações e depoimentos prévios à celebração e homologação do acordo.
  • Como mostrou o Poder360, o tenente-coronel é personagem central para as mais recentes investigações da PF contra Bolsonaro e outros aliados do antigo governo.
  • Envolvem, em sua maioria, indícios colhidos na delação ou provas encontradas nos materiais apreendidos em aparelhos de Cid.



ENTENDA O CASO

A investigação, sob a relatoria de Moraes no Supremo, apura o suposto desvio de 3 kits de presentes luxuosos destinados ao então presidente Bolsonaro por governos estrangeiros.kit 1: uma escultura de árvore e outra de barco;

kit 2: conjunto de joias composto por abotoaduras, um terço, anel e relógio confeccionados em ouro rosê;

kit 3: conjunto de joias composto por um relógio Rolex, caneta da marca de luxo Chopard, par de abotoaduras, anel e rosário árabe.

O caso se deu depois de o TCU (Tribunal de Contas da União) determinar, em 2016, que todos os bens recebidos pelos chefes do Executivo devem ser incorporados ao patrimônio da União. A exceção são os bens de natureza personalíssima ou de consumo próprio –como alimentos, camisetas, perfumes, bonés, dentre outros.

Segundo relatório da PF, os itens foram vendidos a joalherias nos Estados Unidos por aliados do ex-presidente. A investigação afirma que o desvio ou a tentativa de desvio soma cerca de R$ 6,8 milhões.

Ao todo, Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas pelo esquema. Leia abaixo quem são e quais os crimes:Jair Bolsonaro, ex-presidente da República (associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos);

Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente (associação criminosa, lavagem de dinheiro);

Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente (associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos);

Mauro Cesar Lorena Cid, general e pai de Mauro Cid (associação criminosa e lavagem de dinheiro);
Frederick Wassef, advogado (associação criminosa e lavagem de dinheiro);

Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia (associação criminosa e apropriação de bens públicos);

Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque (associação criminosa e apropriação de bens públicos);

Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal (associação criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação de bens públicos e advocacia administrativa);

Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República (associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos);

José Roberto Bueno Júnior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia (associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos);

Osmar Crivelati, assessor de Bolsonaro (associação criminosa e lavagem de dinheiro);
Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro (lavagem de dinheiro).

Quais são os próximos passos?a PGR vai analisar as provas colhidas pela PF em até 15 dias e decidir se vai arquivar o caso, pedir mais investigações ou denunciar os envolvidos –a lista de crimes pode mudar;
caso a PGR resolva denunciar os envolvidos, a denúncia será analisada pelo STF;

o STF, então, pode decidir se aceita a denúncia ou se arquiva o caso. Se escolher aceitar a denúncia, os envolvidos viram réus e responderão ação penal –podendo ser condenados ou absolvidos. O Supremo também pode mandar o caso para a 1ª Instância.

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