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Lula internado: presidente não teve comprometimento cerebral e deve permanecer na UTI por três dias

Cardiologista Roberto Kalil Filho deu detalhes sobre estado de saúde. Cirurgia foi realizada durante a madrugada após o presidente passar por uma hemorragia intracraniana, e durou cerca de duas horas


Lula assiste a lançamento de programa para a indústria no Palácio do Planalto — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, deve ficar em observação nos próximos dias após passar por uma cirurgia para drenagem de um sangramento no cérebro, realizada na madrugada desta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com o cardiologista Roberto Kalil, o presidente já está acordado, conversando normalmente e se alimentando. Lula não teve comprometimento cerebral, e deve permanecer na UTI por três dias por precaução, e de 48h a 72h com o dreno.

Qual é o estado de saúde de Lula?

Ainda segundo o médico, o presidente “evoluiu bem, encontra-se estável, conversando normalmente, se alimentando e deverá ficar em observação nos próximos dias”. Ele deve ficar no hospital em observação nos próximos dias e retornar a Brasília no início da próxima semana, segundo o cardiologista. O sangramento foi em decorrência do acidente doméstico pelo qual o presidente passou em 19 de outubro.

— Lula não teve nenhuma lesão cerebral, não tem nenhum risco cerebral.

Qual é o procedimento pelo qual Lula passou?

O neurocirurgião Marcos Stavale explicou que o procedimento pelo qual Lula passou se chama trepanação, uma pequena perfuração no crânio em que são feitos orifícios pequenos para retirar o ferimento no cérebro. Stavale afirmou que não foi preciso uma abertura da cabeça mais complexa.

— A cirurgia durou em torno de duas horas, o sangramento está situado entre o cérebro e a membrana meníngea chamada dura-máter, comprimiu o cérebro. O hematoma foi removido, o cérebro está descomprimido e ele está com as funções neurológicas preservadas — explicou Stavale.

A infectologista Ana Helena Germoglio, que acompanhou o presidente desde o Palácio da Alvorada e durante todo o voo para São Paulo, salientou que Lula permaneceu lúcido durante toda a viagem. A primeira-dama, Janja da Silva, viajou com o presidente.

— Decidimos em conjunto fazer a transferência para o Sírio-Libanês, em São Paulo. Durante todo o percurso aéreo, o presidente se encontrava lúcido, da mesma forma como se encontra agora.

Indisposição e dor de cabeça

O sangramento ocorrido nesta segunda-feira tem relação com a queda que Lula sofreu em 19 de outubro, quando bateu com a cabeça no chão. Segundo a equipe médica que cuida do presidente, na semana que vem ele iria fazer exames para verificar se não havia tido alguma complicação. Kalil explicou que é normal que, quando há traumatismo na cabeça, sangramentos depois de alguns meses.

Lula se mostrou indisposto no fim da tarde de ontem, mas inicialmente queria esperar até hoje para fazer os exames. Entretanto, ele acabou indo ao hospital de noite após sentir uma forte dor de cabeça. Ele foi ao Sírio-Libanês de Brasília à noite, onde foi submetido a uma ressonância magnética que mostrou uma hemorragia intracraniana.

Após os exames, o presidente foi transferido para a unidade do hospital em São Paulo, na Bela Vista, região central da capital. Já na unidade paulistana.

Segundo o neurologista Rogerio Tuma, na queda, Lula teve uma contusão cerebral e o sangramento tardio é uma possibilidade que já havia sido aventada pelos médicos.

— O primeiro sangramento, o corpo dele tinha absorvido. Na fase de absorção, às vezes o sangramento fica mais liquefeito e pode haver um sangramento tardio. Ele já tinha absorvido o primeiro sangramento, e agora acabou tendo um segundo. Por esse motivo que ele estava liberado pela equipe médica lá em outubro, com a obrigação de que ele iria realizar exames de rotina. Mas agora teve o novo sangramento — disse durante a coletiva.

Até quando Lula deve ficar internado?

Lula deve ficar internado até o fim desta semana, e cerca de três dias na UTI, segundo o corpo clínico, mas seu estado de saúde será atualizado todos os dias por meio de boletim médico divulgado pelo hospital com autorização do Palácio do Planalto. Lula ainda usa um dreno para que o sangramento e secreções sejam removidos por completo.

Transferência foi 'operação de guerra'

Segundo o colunista Lauro Jardim, assessores próximos do presidente definiram como uma "operação de guerra" a transferência de Lula de Brasília para São Paulo. O termo usado foi no sentido da urgência que tudo teve que ser feito. O presidente desembarcou na capital paulista às 23 horas de segunda-feira.

José Seripieri Filho, o Júnior, empresário dono da Amil e amigo do presidente, foi quem alertou os médicos do chefe do Executivo após perceber uma mudança no comportamento do mandatário e achá-lo “estranho”. Lula estava com cefaleia (dor de cabeça) há cerca de uma semana. O quadro levou os médicos a anteciparem o exame que estava marcado para a semana seguinte.

O Globo

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