Passeou pelo noticiário, e teve direito a seus quinze minutos de fama, a indignação do comitê central do PT contra um comercial da Marinha. O partido do governo tem a obrigação de apoiar o governo, ou pelo menos ficar de boca fechada, quando uma das forças comandadas pelo seu presidente da República faz propaganda, segundo ela própria, para recrutar gente. Mas não há nada como a direção do PT para aproveitar a mínima oportunidade que aparece para se fazer de esquerdista radical – naturalmente, quando pode fazer o seu show sem correr risco nenhum. Bater na Marinha, digamos, tem cara de “porrada nos milicos”, e oferece zero de perigo.
É o que acaba de acontecer com o escândalo do comercial da Marinha, promovido e denunciado pela presidente e inquisidora-chefe do PT como um “grave erro”. É grave mesmo? A peça de propaganda, um filminho com a mediocridade padrão da publicidade brasileira de hoje, mostra as durezas da vida militar e, ao mesmo tempo, as doçuras da vida civil para quem tem dinheiro no bolso. Moral da história: o governo está falando em cortar os privilégios dos militares, mas na Marinha o privilégio é rachar como um burro de carga. A presidente do partido ficou irada.
0 Comentários
Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores.