Especialista aponta que contato com telas deve ser evitado até os dois anos - Foto: Beatriz Souza/Jovem Pan News Natal
A especialista aponta que o uso exagerado de telas é prejudicial em qualquer idade, mas em crianças o impacto cognitivo é mais perceptível. Por conta disso, até os dois anos de idade, o ideal é que a criança não tenha contato com aparelhos como smartphones, tablets ou mesmo televisão. Isso porque é nessa fase que a criança desenvolve a atenção do que está ao seu redor e começa a construir o seu vocabulário.
Ao estar sempre conectada às telas, nesse sentido, a aprendizagem da criança é prejudicada. Já na fase escolar, os impactos também são visíveis. “Se a sua atenção está sendo intermediada, ou quebrada, por outros estímulos como o celular, como a criança vai conseguir absorver o que está sendo dito pelo professor? Como vai ter atenção e fugir dessas telas nos momentos necessários em que ele precisa focar para absorver conhecimento?. Então estamos em uma sociedade que está sendo impactada diretamente [pelo uso excessivo das telas] ”, argumenta.
O problema tem colocado em pauta a busca por regulamentações que possam preservar a segurança de crianças e adolescentes no ambiente digital. No último dia 18 de dezembro, o Senado Federal aprovou o PL 4.932/2024, que regulamenta o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares, por estudantes em escolas de educação básica.
A ideia da proposta é proteger a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes, a partir da proibição do uso de celulares durante as aulas, o recreio e os intervalos. Dessa forma, os aparelhos só podem ser usados para fins pedagógicos ou em casos de emergência.
Equilíbrio e regulação no uso de celulares
Gleyna Lemos lembra que, na maioria dos casos, muitas crianças e adolescentes aguardam as férias escolares para passar mais tempo nos celulares e computador. Dentro desse cenário, alerta, é fundamental que os pais busquem inserir outras atividades na rotina das crianças em detrimento da restrição total dos aparelhos. Em outras palavras, o recomendado é evitar extremos e buscar regular o tempo dos menores na internet.
Além do PL 4.932/2024, a neuropsicóloga observa que o Projeto de Lei 2628/2022 também é outro passo importante na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. O projeto estabelece medidas como controle de tempo dos menores de idade nas plataformas digitais. “Isso não é cercear nada, mais um direito do pai [que se pergunta] ‘ao que o meu filho está tendo acesso?’, ‘tem alguém falando com ele?’, ‘tem alguém mandando conteúdos impróprios?’”, exemplifica.
O PL foi apresentado em plenário no último dia 10 de dezembro e aguarda despacho da presidência da Câmara dos Deputados.
Tribuna do Norte
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