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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Mãe presa após pichar "perdeu, mané" com batom escrever carta de desculpas a Moraes



Presa há um ano e dez meses por escrever, com batom, a frase “Perdeu, mané” na Estátua “A Justiça” durante os atos de 8 de janeiro de 2023, Debora Rodrigues dos Santos enviou uma carta de próprio punho pedindo desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a defesa da ré, duas solicitações de soltura foram realizadas após essa manifestação de arrependimento, mas foram negadas pelo ministro, sem, sequer, abrir prazo para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar.

“Ele indeferiu com o fundamento de que a concessão da liberdade gera grave risco à ordem pública, mesmo a Debora sendo ré primária, tendo ocupação lícita, domicílio fixo e dois filhos menores de 12 anos”, afirmou a advogada Taniéli Telles, apontando que a cabeleireira detalhou a situação na carta e explicou, inclusive, não ter sido idealizadora da ação.

“Já existia uma pessoa escrevendo na estátua e essa pessoa pediu um favor para que ela terminasse de escrever a frase dita pelo ministro”, diz a advogada. Debora foi presa no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, chegou a ser transferida para uma prisão de segurança máxima, distante da família, mas voltou à prisão inicial.

Segundo o advogado Hélio Junior, que também atua na defesa da moradora de Paulínia, ela nem poderia estar presa porque, ainda que viesse a ser condenada, o crime de pichação prevê punição de apenas três meses a um ano de prisão, que podem ser convertidos em serviços comunitários ou cestas básicas.

“E importante ressaltar que a estátua ‘A Justiça’ não foi destruída, e que a escrita realizada pela Debora foi retirada com água e sabão no dia seguinte, não podendo ser confundida com atos de vandalismo mais graves”, aponta, citando ainda que a cabeleireira não invadiu nenhum prédio público e não participou de atos de depredação.

Gazeta do Povo

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