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sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Preço do material escolar cresce até 9% no Brasil, aponta Associação


Fatores como a alta do dólar e a inflação puxam pra cima os preços dos itens. Famílias buscam alternativas | Foto: Alex Régis


Com aumento médio de até 9% nos preços para 2025, a compra de materiais escolares no Rio Grande do Norte e no Brasil tem se tornado um desafio ainda maior para pais e mães neste começo de ano. Segundo a Associação de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), fatores como a alta do dólar e a inflação puxam pra cima os preços dos itens.

Na avaliação do economista e ex-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), Helder Cavalcanti, os materiais escolares acabam sendo impactados diretamente pela alta do dólar, uma vez que a fabricação desses produtos e a composição de insumos vêm de materiais importados. “Eles tiveram um crescimento entre 5 a 9% de inflação no período, superior a 4,8% que foi a variação do INPC. É um crescimento muito significativo e atrelado sempre ao dólar que impacta toda a produção brasileira”, aponta.

Aliado a isso, uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em parceria com a QuestionPro revelou que as despesas com materiais escolares somaram R$ 49,3 bilhões no último ano, representando um aumento de 43,7% em comparação aos últimos quatro anos. O levantamento, que ouviu 1.461 famílias entre 2 e 4 de dezembro de 2024, mostrou que 85% das famílias com filhos em idade escolar sentiram o impacto das compras de materiais escolares. Entre os entrevistados, 35% planejam parcelar as despesas para o ano letivo de 2025, um índice que sobe para 39% entre as famílias da classe C.

Em Natal, famílias que já têm procurado os materiais escolares reclamam de preços altos e de que a pesquisa tem sido essencial para economizar nas compras. Segundo a dona de casa Benilde Barbosa, 56 anos, os preços “deram uma subida absurda”, que compra os materiais do neto, de 10 anos.

“Subiu quase 100%. Eu vejo que o material escolar de maneira em geral está muito caro”, reclama.

Mesmo pensamento tem a fiscal de caixa Dayara Bezerra, 32 anos. “Primeira vez que trago ele, mas está muito caro. Acho que as mochilas são as com preço mais alto”, disse a potiguar.

Em alguns casos, lojistas acabaram se antecipando na compra de materiais para não repassar todo o aumento para os consumidores. É o caso de Bira Marques, proprietário de uma livraria e papelaria em Natal e em Parnamirim.

Todo ano temos uma expectativa boa para esse período. Acho que devemos ter um aumento até porque houve um aumento de preço de vários produtos. Tudo que trabalha com cola, por exemplo, tem uma variação. Não tivemos aumento mais significativo porque vários produtos antecipamos a compra e conseguimos segurar o preço. Lógico que tem um acréscimo em relação ao ano passado, mas pequeno. Mas produtos que compramos no final do ano já teve esse aumento, que com o dólar, fica entre 5 e 10%”, explica, acrescentando ainda que sua loja resolveu dar descontos em determinados itens e ampliação em parcelamentos.

Segundo o economista Helder Cavalcanti, o ideal é que pais e tutores façam pesquisas e levantamentos na hora da compra do material escolar. “Nossa orientação é sempre a pesquisa, é importante que se pesquise o máximo possível, já deveria ter tido antes esse cuidado. É sempre interessante que as pessoas sabem que todos os anos têm esse compromisso, que se comece isso em novembro, por exemplo”, aponta.

“Outra alternativa é utilizar as economias, de acordo com Helder Cavalcanti. “É mais interessante porque é um crescimento que a pessoa não vai ter na remuneração do capital guardado. Se há essa reserva é bom utilizar para essa aquisição, não financiar, e tentar negociar um preço à vista porque isso pode ajudar na compra”, acrescenta. “Recomendo que os pais façam pesquisas de preços desde já e com calma. Assim, eles terão mais tempo para comparar diferentes lojas”, explica o advogado Paulo Bandeira.


Tribuna do Norte

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