Oposição cobra transparência sobre arena esportiva e uso de R$ 360 mi em empréstimos

Vereador Jailson Nogueira critica falta de informações sobre obras, aumento do IPTU e aplicação de recursos federais em Mossoró

Jaílson Nogueira questiona gestão de Allyson Bezerra, destacando falta de clareza sobre financiamento da arena esportiva, destino de empréstimos municipais e aumento abusivo do IPTU, além de cobrar investimentos em segurança pública. | Foto: Edilberto Barros / CMM

O vereador Jailson Nogueira (PL) criticou a gestão do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), durante entrevista ao programa Meio-Dia TCM, apontando falta de transparência em relação às obras públicas, aumento do IPTU e uso de recursos federais. E questionou o projeto da nova arena esportiva anunciada pelo gestor, que segundo ele, carece de informações sobre o financiamento e o papel da iniciativa privada. “O prefeito falou que o município não vai gastar um centavo na construção da arena, mas não explicou o que será dado em troca. Já venderam o Nogueirão? O povo quer saber”, cobrou.

Jailson criticou a ausência de informações claras sobre dois empréstimos contratados pela gestão municipal, totalizando R$ 360 milhões. “Foram R$ 160 milhões do Finiza, que não chegaram à ex-prefeita Rosalba Ciarlini, e outros R$ 200 milhões contratados por Allyson. O prefeito diz que tudo que está sendo feito é com o programa Realiza Mossoró, mas não fala nada sobre os recursos do Finiza. Onde estão esses R$ 160 milhões?”, questionou.

Outro ponto levantado foi o aumento do IPTU. O vereador relatou diversas reclamações de moradores sobre reajustes considerados abusivos. “O prefeito diz que as obras são feitas com o dinheiro do IPTU, mas não fala das emendas parlamentares que chegaram. O povo paga caro e não sabe para onde está indo o dinheiro”. E criticou o uso de imagens de drones pela prefeitura para identificar áreas construídas e aumentar o imposto. “Colocou uma tenda no quintal? No próximo IPTU já vem maior”, disse.

Jailson apontou ainda a falta de investimentos em segurança pública e criticou a ausência do tema no discurso anual do prefeito na Câmara. “Eu esperava ouvir algo sobre segurança. A Guarda Municipal tem 288 agentes, mas falta estrutura. Tem viaturas abastecidas com 12 litros de combustível, que mal dão para subir e descer o Alto de São Manuel”, afirmou.

Ele também questionou o uso de recursos destinados à segurança. “O deputado General Girão mandou R$ 1,2 milhão para o videomonitoramento de Mossoró. Cadê esse dinheiro? Está na conta rendendo juros?”, perguntou.

Jailson reforçou que continuará apresentando requerimentos para convocar secretários municipais a prestarem esclarecimentos na Câmara. Segundo ele, esses pedidos têm sido sistematicamente rejeitados.

“Quando peço para um secretário ir à Câmara explicar alguma coisa, os vereadores da base já ficam teclando no telefone, esperando saber se podem aprovar ou não o requerimento. O medo é que o secretário tenha que explicar para o povo e não apenas para mim”, criticou.

Sobre o PL, Jailson afirmou que a legenda saiu fortalecida nas últimas eleições, elegendo dois vereadores em Mossoró, e que a direita está ganhando força no Estado. Ele anunciou que o partido começará a “Rota 22”, uma série de encontros regionais liderados pelo senador Rogério Marinho, para apresentar os resultados de emendas parlamentares destinadas às cidades potiguares. “A direita vem forte. O maior complexo viário de Mossoró vai sair graças às emendas do nosso partido”, concluiu.

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