“Nos dois casos questionados pela defesa do ex-presidente, os argumentos pela suspeição dos ministros parecem óbvios. Aos fatos: Cristiano Zanin foi advogado da campanha do então candidato Lula da Silva. Ele liderou uma banca que promoveu a maior cruzada já vista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro e seus aliados e que se espraiou para punições contra jornalistas e influenciadores não alinhados ao petismo. Diariamente, o TSE foi acionado durante a corrida eleitoral para remover conteúdos contra Lula ou perfis nas redes sociais e multar quem não concordasse. O presidente do TSE na época era Alexandre de Moraes.
A banca de Zanin impediu, por exemplo, que Lula fosse chamado de amigo de ditadores latinos, como o venezuelano Nicolás Maduro — recebido meses depois por Lula em Brasília. Ou reportagens e postagens nas redes sociais que citavam investigações policiais sobre o elo de petistas com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC); ou ainda o sombrio assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. No auge da censura, um documentário da produtora Brasil Paralelo, que recordava o atentado a faca contra Bolsonaro em setembro de 2018, foi censurado pelo TSE
Aqui cabe a pergunta direta: se Zanin, hoje de toga, era o advogado eleitoral de Lula e a acusação contra Bolsonaro é de que ele rejeitou o resultado das urnas, por que isso não caracteriza o impedimento agora? Zanin tinha lado na eleição.”
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