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Van Hattem, expõe esquema bilionário e ligação de Wilians a Dirceu

Advogado movimentou cerca de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas, entre 2019 e 2024, conforme a PF


A temperatura subiu na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta quinta-feira (18) quando o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) desmascarou o advogado Nelson Wilians, apontado em investigações da Polícia Federal (PF) como um dos envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro que teria desviado recursos do INSS.

Van Hattem denunciou contradições no depoimento de Wilians, que se recusou a prestar compromisso com a verdade.

“O senhor mentiu ao dizer que a polícia é federal, e por isso não tem problema mentir aqui, porque o senhor não está com o compromisso da verdade. Inclusive, mente quando diz que não tem nada a ver com os objetos de investigação da CPMI”, disparou o parlamentar.

O momento mais tenso da audiência veio quando o nome do ex-ministro José Dirceu, figura central nos escândalos do PT, foi citado.

Segundo Van Hattem, ao ser questionado sobre possíveis contratos milionários e influência de Dirceu, Nelson Wilians mudou completamente sua postura.

“Quando o relator mencionou o nome do José Dirceu, o senhor passou a ter uma expressão corporal de quem está na defensiva, cruzando os braços e se negando a responder”, apontou o deputado. “Qual é a sua relação com José Dirceu? O que ele tem a ver com sua trajetória e seu enriquecimento?”, questionou, sem obter uma resposta objetiva.

Carros de Luxo, Empresas e Lavagem de Dinheiro

Outro ponto abordado pelo gaúcho foi a revelação de um elo direto entre Nelson Wilians e o empresário Fernando Cavalcante, investigado pela PF.

Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o escritório do advogado movimentou cerca de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas, entre 2019 e 2024.

Segundo Van Hattem, Cavalcante é dono de empresas que lavaram dinheiro por meio da compra de carros de luxo, entre eles uma Ferrari F8 Spyder e dois Mercedes de altíssimo valor, veículos encontrados em um shopping de Brasília.


“Fernando Cavalcante tem 20% de participação no NW Group, o grupo do senhor Nelson Wilians. Isso está nos documentos da Polícia Federal”, afirmou Van Hattem. “O senhor quer dizer que não conhece seu sócio com 20% de participação no seu próprio grupo?”, insistiu, diante do silêncio evasivo do advogado.

De acordo com a investigação em curso, o suposto esquema envolvia escritórios de advocacia que recebiam valores milionários em contratos com entidades públicas, para então lavar o dinheiro por meio de empresas de fachada, compra de imóveis e veículos de luxo.

O nome de Nelson Wilians aparece em relatórios da PF como parte dessa engrenagem. Van Hattem não poupou palavras ao afirmar que o “crescimento exponencial” do advogado teria ligação direta com atividades ilícitas.

“Fernando Cavalcante, que lavou dinheiro, segundo a PF, comprando carros de luxo com dinheiro dos aposentados, é sócio de Nelson Wilians”, cravou o deputado. “Está tudo nos relatórios.”

Durante toda a audiência, Wilians se esquivou de perguntas-chave.

“O senhor não tem respeito por essa comissão. Está debochando da investigação”, acusou Van Hattem.

Diário do Poder

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