O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou para todos os 27 governadores ofícios do Ministério Público Federal cobrando esclarecimentos sobre o ritmo de vacinação da covid-19. O pedido de esclarecimento ocorreu dois dias após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ler o requerimento de criação da CPI da Covid, cujo escopo foi ampliado com a inclusão de investigação de repasses federais para Estados e municípios.
Os documentos foram enviados pelo Giac (Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia de Covid-19) com a ratificação de Aras. O prazo para resposta é de dez dias.
No ofício enviado à governadora Fátima Bezerra o procurador-geral da República aponta que “foram entregues 754.690 doses ao Rio Grande do Norte e aplicadas apenas 558.769.”
“Considerando o avanço da pandemia de Covid-19 e a necessidade urgente de imunização da população, solicito a Vossa Excelência esclarecimentos sobre as razões da discrepância entre o quantitativo das doses enviadas a esse Estado e a sua efetiva aplicação”, disse o procurador-geral à governadora por intermédio do ofício.
Levantamento do Giac feito a partir do “vacinômetro” da plataforma LocalizaSus aponta que, enquanto o governo federal contabiliza um total de 48.088.916 doses dos imunizantes produzidos pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz enviadas aos Estados e ao DF, 32.160.509 vacinas foram aplicadas
“As pautas de distribuição das vacinas às unidades federativas direcionam a quais públicos as doses devem ser destinadas”, diz o documento.
Como mostrou o Estadão Verifica, entre os fatores que contribuem para o descasamento dos números de doses distribuídas e aplicadas estão as reservas para segunda aplicação e o intervalo de tempo para entrega dos lotes nos postos e para o registro de informações no sistema.
O Fórum de Governadores decidiu manter a orientação para que os gestores locais continuem estocando lotes para assegurar a segunda aplicação, apesar da recomendação contrária do Ministério da Saúde.
O fórum, presidido pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que os governos estaduais são responsáveis pela distribuição das vacinas. “Muitas vezes, a vacina está em deslocamento, em reserva para a segunda dose ou nos freezers para acondicionamento e aplicação.”
FM 98 com informações do Poder 360
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