OPINIÃO: Politizar a vacinação; muitos pagam por poucos em um país controverso

 

Existem três setores na administração pública, cujo seus servidores deveriam "carregar" responsabilidade, imparcialidade e neutralidade política, como requer o exercício da profissão. São eles: Educação, Saúde e Assistência Social.

Observando as redes sociais, é possível perceber a politização da vacinação contra o Covid-19 de forma escancarada, infelizmente por pessoas ligadas a estes setores.

Pessoas partidarizadas que utilizam de um momento inoportuno onde a população está fragilizada pela pandemia, e mais do que nunca muito suscetível a ideologias, uma vez que está desesperançosa de um futuro melhor para o país em meio a um cenário político desfavorável a qualquer perspectiva de melhorias e se agarram no que veem pela frente.

Há uns 16 anos atrás, foi implantada no país a cultura da politização na classe da educação impulsionada por um projeto de poder político que promoveu um enorme retrocesso econômico, social e educacional para o país. 

A fracassada ideologia partidária de interesse de um grupo político para se manter durante décadas no poder, se impregnou propositalmente na classe tida como "trabalhadora", especialmente nas instituições públicas, que foi "alienada" a seguir um determinado grupo político, de alguma forma recebendo vantagens para oferecer apoio político-partidário.

Desse tempo pra cá, vimos um verdadeiro retrocesso na educação do país. Só para se ter uma ideia, segundo dados revelados pelo governo, desde essa época, o Brasil passou a formar profissionais da área de saúde à distância sem a obrigatoriedade de oferecer aulas práticas, sendo que muitos deles já atuam no mercado brasileiro comprometendo de alguma forma o sistema de saúde pública que é oferecido a população pagadora de impostos.

É uma grande irresponsabilidade daqueles que entram na área de educação visando apenas "um bom salário", sem ter o mínimo de compromisso com a profissão perante à população e as famílias que, através dessa educação, vislumbram um futuro melhor para os seus filhos e netos.

Como garantir uma educação séria, justa e promissora, se um profissional da área se envolve em um "debate político", atrelando a sua imagem a uma determinada liderança política ou grupo que simpatiza, independente quem ou qual for?

O direito de expressão é garantido pela Constituição ao povo brasileiro, mas não deveria ser praticado de maneira tão esdrúxula e que aliena e compromete o futuro de gerações e consequentemente, o desenvolvimento da nação. Se faz necessário uma reflexão sobre o tema.

Vamos parar de hipocrisia, de se contentar com quase nada. O brasileiro merece saúde e educação de qualidade. Os dois sistemas público no país funcionam há anos de forma precária e sucateada, se não vejamos o calapso que estamos vivenciando na área da saúde nesta pandemia. Porque "viva ao SUS" se existem centenas morrendo em uma fila de espera por atendimento justamente em função desse sistema mal projetado, planejado e precário. O brasileiro merece muito mais, pela carga de imposto que paga e há muito espera o mínimo de retorno através do serviço público.

Não faria sentido algum existirem escolas e sistema de saúde privados se o serviço público funcionassem a contento.

Lembrem-se de gritar "Viva o SUS", quando for ao hospital em busca de uma cirurgia ou um tratamento especial que o sistema oferece, mas que você necessita esperar na fila até que morra por falta de atedimento. 

Conceito de Educação Política

Resumidamente, educação política é um processo de transmissão de informações e conhecimentos cuja finalidade é disponibilizar ao cidadão um repertório que lhe permita compreender as nuances dos debates políticos no Brasil e no mundo. E que também o capacite para participar ativamente da política.

Concluindo, disseminar educação política para a população é o primeiro passo para a politização e a conscientização, a grande questão é que isso é feito de maneira ideologicamente partidarizada (por doutrinação) em nosso país. 

Atualizado às 10h10