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sábado, 22 de abril de 2023

A manobra de Lula para enfrentar a CPMI

 Governo busca aliados para integrar a chefia da comissão

Os senadores Renan Calheiros e Omar Aziz são cotados pelo governo para integrar CPMI | Foto: Foto: Reprodução/Agência Senado


O governo está tentando costurar acordos para emplacar nomes “de confiança” para a futura Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do dia 8 de janeiro.

Os nomes preferidos para integrar o colegiado são dos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL). O governo ainda estuda indica Humberto Costa (PT-SP) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Ambos integraram a mesa diretoria da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado, em 2021. Há possibilidade de um dos senadores ficar com a relatoria da CPMI caso o cargo de presidente do colegiado fique com a Câmara dos Deputados.

Antes contrário à CPMI proposta pela oposição sobre os atos de 8 de janeiro, agora o Executivo mudou de ideia e decidiu “apoiar” a comissão. No entanto, o Planalto busca estratégias para defender o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A mudança de postura ocorreu nesta semana, depois que vieram à tona as imagens do então ministro-chefe do Gabinete de Segurança institucional (GSI), general Gonçalves Dias, circulando entre os manifestantes em 8 de janeiro.

O caso derrubou o ministro de Lula, homem considerado de confiança pelo presidente. Na sexta-feira 21, o general prestou depoimento à Polícia Federal.

“Estou surpreso”, afirma general Dias, sobre declaração de Lula

O general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI, disse a Oeste que ficou “surpreso” com as declarações do presidente Lula sobre as imagens internas do Palácio do Planalto.

Conforme a imprensa, Lula disse aos seus outros ministros se sentiu traído ao ver as gravações de Dias circulando pelo local em 8 de janeiro, quando vândalos depredaram os prédios dos Três Poderes. Ao ser questionado sobre o assunto, o general respondeu: “A imprensa veicula o que quer”.

Segundo as reportagens, Lula teria pedido a Dias o acesso à câmera do circuito interno que estava posicionada no corredor que dá para o gabinete presidencial, no Planalto. No entanto, o então ministro teria alegado que a câmera estava quebrada e que, por isso, não havia imagens daquele local durante os atos de depredação do 8 de janeiro.

Oeste conversou com o ex-ministro na tarde de sexta-feira 21, e o questionou sobre a declaração do presidente. Ele disse estar “surpreso”.

Além disso, o ex-ministro contou que o governo sabia da presença dele no Planalto. Conforme ele, as imagens internas do local “são de sua central de monitoramento” — ou seja, do GSI. Desse modo, o governo já teria ciência da presença dele no local.

Gonçalves Dias depõe na PF

Ontem, o ex-ministro prestou mais de quatro horas de depoimento na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. O general chegou ao local às 9 horas da manhã e saiu pouco depois das 13h30.

Na quinta-feira 20, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a PF ouvisse o ex-ministro, em até 48 horas, sobre a atuação dele durante os atos de vandalismo que aconteceram nos prédios dos Três Poderes.

Após o comparecimento, Dias reiterou que não tem “qualquer responsabilidade” nos atos de depredação.

“O comparecimento na sede da PF é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa”, explicou o general. “Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade, seja omissiva ou comissiva, nos fatos do dia 8 de janeiro.”

Revista Oeste

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