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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Mais de 10 milhões deixaram pobreza em 2022, aponta estudo; em 9 estados, pobres são maioria da população

Mulher vasculha lixo no entorno do Maracanã. Brasil ainda tem mais de 70 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, aponta estudo. — Foto: Marcos Serra Lima/g1



Segundo o estudo, dois fatores principais estão por trás da queda de pobreza em 2022, que impactou todos os estados brasileiros: a melhora do mercado de trabalho e a expansão de programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil. Taxa de pobreza brasileira caiu de forma geral entre 2021 e 2022, mas número de pobres no país ainda é elevado: são mais de 70 milhões de brasileiros.

Mais de 10 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza no país em 2022. Mesmo assim, a maioria da população de nove estados segue na pobreza -- ou seja, vive com uma renda mensal de até R$ 665,02.

Estas são as conclusões de um levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), obtido com exclusividade pelo g1 e feito com base em dados de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. O IJSN é um órgão ligado à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento (SEP) do Espírito Santo.

O levantamento aponta que:

a taxa de pobreza brasileira caiu de 38,2% para 33% entre 2021 e 2022, para um nível mais próximo de 2020; 
mesmo com a queda, o número de pobres no país ainda é alto: são 70,7 milhões de brasileiros vivendo em situações precárias; eram 81,2 milhões em 2021 todos os estados do país tiveram queda nas taxas de pobreza no último ano; os estados com as maiores reduções foram Roraima (11,7 pontos percentuais) e Sergipe (9,7 p. p.), mas eles seguem com taxas elevadas, acima de 45%;mesmo com queda, Maranhão segue como o estado com os maiores indicadores: seis a cada dez maranhenses vivem na pobreza.

Segundo o estudo, dois fatores principais estão por trás da queda de pobreza em 2022: a melhora do mercado de trabalho e a expansão de programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil (leia mais sobre isso abaixo). O programa foi turbinado no último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando ele disputou e perdeu a eleição presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Melhora após recorde de pobreza em 2021

Mesmo com a melhora, os dados apontam que os indicadores continuam elevados de forma geral.

"A taxa de pobreza alcançada em 2022 retornou a um patamar próximo ao observado em 2020, que era de 32,7%”, diz Pablo Lira, doutor em Geografia e Diretor-Presidente do IJSN.

A queda do ano passado fica ainda mais evidente porque 2021 teve a taxa de pobreza mais alta dos últimos 11 anos.

Segundo dados divulgados pelo IBGE no final do ano passado, a pandemia da covid-19 fez disparar a pobreza no Brasil. Com isso, o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza bateu recorde em 2021 - fato que é confirmado pelos dados da pesquisa do IJSN, como é possível ver no gráfico abaixo.

Taxa de pobreza no Brasil

Indicador de 2022 voltou ao mesmo patamar de 2020.

Percentual da população vivendo abaixo da linha de pobreza no país nos últimos anos.




A pesquisa mostra ainda que o número de brasileiros vivendo na extrema pobreza -- ou seja, com até R$ 208,73 por mês -- também diminuiu, recuando de 20 milhões em 2021 para 13,7 milhões em 2022. Isso significa que, no ano passado, 6,4% da população vivia nestas condições.

O pico também foi em 2021, com 9,4%. Mas o estudo destaca que, mesmo com a queda em 2022, os números também são considerados altos.

“A taxa de miséria brasileira mais recente é superior aos valores constatados em países como Colômbia (6,6%) e México (3,1%), segundo as estatísticas do Banco Mundial”, diz Lira.

O cenário nos estados brasileiros

A pesquisa também destaca um dado alarmante: das 27 unidades da federação, 9 têm a maior parte da população composta por pessoas em situação de pobreza. Veja a lista:

  • Maranhão (58,9%)
  • Amazonas (56,7%)
  • Alagoas (56,2%)
  • Paraíba (54,6%)
  • Ceará (53,4%)
  • Pernambuco (53,2%)
  • Acre (52,9%)
  • Bahia (51,6%)
  • Piauí (50,4%)

Como é possível ver acima, os estados estão concentradas no Norte e no Nordeste -- regiões que tiveram os maiores avanços na pobreza durante a pandemia, como o IBGE apontou no final de 2022.

Essa situação fica evidente no mapa abaixo, em que é possível perceber que os estados do Norte e do Nordeste têm, de fato, indicadores mais altos que o resto do país -- quanto mais escuro for o vermelho, maior é a proporção da população que vive abaixo da linha da pobreza. Continue lendo...

G1

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