Preço da laranja aumenta 13,6% e potiguares reduzem consumo - PANORAMA DO ALTO

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terça-feira, 23 de julho de 2024

Preço da laranja aumenta 13,6% e potiguares reduzem consumo





O preço da laranja in natura registrou um aumento significativo nas últimas semanas, refletindo diretamente no bolso dos consumidores potiguares. A caixa de 40,8 kg, que anteriormente custava R$ 80,22, agora está sendo comercializada a R$ 91,24, representando uma alta de 13,6%, acréscimo que vem mexendo no orçamento das famílias, principalmente quando é somado com outros itens da cesta básica. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O quilo da fruta varia de R$ 4 a R$ 4,99 tanto no supermercado quanto na feira livre.

Uma das frutas mais consumidas no País, a laranja é considerada um item básica na mesa do potiguar, seja consumida na forma de suco, no café da manhã e almoço ou no lanche ao longo do dia, como boa fonte de vitamina C. A aposentada Maria José diz que a saída é levar menos para não deixar de consumir a fruta. “Há uns dois anos a gente levava um quilo por R$ 2, mas hoje tudo subiu e a gente fica sem ter como comprar como antes. Se fosse só a laranja era bom, mas aumentou tudo”, diz.

O aumento nos preços da laranja é resultado da conjunção de vários fatores, como condições climáticas adversas, aumento dos custos de produção e logística. Os dados do Cepea mostram que a fruta cítrica apresenta alta pela 10ª semana consecutiva. De acordo com o Centro, a produção de laranjas vem se confirmando baixa no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro, em um momento de alta necessidade por parte das fábricas de suco, que fecharam a temporada 2023/24 com estoques bastante restritos.

A alta no preço tem gerado preocupação entre os consumidores tanto nas feiras livres quanto no supermercado. O comerciante Valnei Brasileiro lamenta os sucessivos aumentos e diz que tem diminuído o consumo da fruta em casa. “É uma pena porque é uma fruta tão saudável, faz parte da nossa rotina, a gente sempre gosta de tomar um suco no café da manhã, mas com esse aumento a gente repensa porque faz diferença no bolso do trabalhador. Estou levando menos para não deixar de levar”, comenta.

A aposentada Ivanilda Borges mantém a tradição de ir à feira livre das Rocas todas as segundas e afirma que se surpreende semanalmente com os reajustes. “Está muito difícil, gosto de vir na feira porque se deixar para comprar no supermercado é mais caro, mas, mesmo assim, toda semana é uma surpresa diferente. A gente está comprando menos e pagando mais, é muito complicado. Infelizmente a gente não tem perspectiva de baixar nada, se o salário aumentasse no mesmo ritmo era bom, mas não é o que acontece”, destaca.

O preço da fruta vem chamando atenção nos últimos meses. Em março deste ano, a caixa de 40,8 kg, que é a referência para produtores e vendedores, chegou a ser negociada em algumas regiões do estado de São Paulo na casa dos R$ 100. Trata-se do maior valor real já verificado pelo Cepea, considerando a série histórica do produto, iniciada em outubro de 1994 – os valores médios mensais foram deflacionados pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

Vale ressaltar que o recorde real foi atingido primeiramente em janeiro e foi renovado em março. De acordo com pesquisadores do Cepea, a forte valorização da fruta está atrelada sobretudo à escassez de oferta neste período de entressafra. Durante toda a temporada 2023/24, a alta demanda industrial restringiu ainda mais as frutas disponíveis no mercado doméstico. O economista Janduir Nóbrega diz que, independente do motivo, o impacto acaba sendo maior para as famílias de menor renda.

“Quanto menor for o poder de compra da sociedade, maior a dificuldade de consumo, consequentemente isso vai impactar a produção. Só se produz para quem compra. Se não tem quem compra, você não vai produzir. Isso já não é legal do ponto de vista de aumento de preço, mas também pelo viés produtivo porque a produção tem que ser escoada. Se não for vendida, o setor não produz. É um dominó muito extenso, mas é muito prejudicial às pessoas de menor renda, que sentem esse aumento de uma forma muito mais acentuada”, comenta.


Tribuna do Norte

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