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terça-feira, 30 de julho de 2024

VÍDEO: Manifestantes derrubam estátua de Chávez em protesto contra reeleição de Maduro na Venezuela

Uma série de protestos tomaram a Venezuela após a proclamação da vitória do presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos, resultado contestado pela oposição



Em meio a uma série de protestos que tomaram a Venezuela após a proclamação da vitória do presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos, manifestantes derrubaram uma estátua em homenagem a seu antecessor, Hugo Chávez, na avenida Shema Saher de Coro, no estado de Falcón. Centenas de pessoas foram às ruas ou fizeram panelaços em suas janelas contra a reeleição anunciada nas primeiras horas desta segunda-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ligado ao chavismo, num resultado contestado pela oposição e por grande parte da comunidade internacional.


Manifestantes tomam as ruas

Os protestos começaram já pela manhã, se espalhando por várias partes do país ao longo do dia. Os manifestantes — em sua maioria jovens — queimaram pôsteres com o rosto de Maduro que promoviam sua candidatura, carregando bandeiras, panelas e instrumentos para acompanhar os gritos de protesto.

— Que ele entregue o poder agora! — exclamaram.

Em Catia, um setor popular da capital, houve os protestos foram vigiados de perto pela polícia e pela tropa de choque da Guarda Nacional.

— Fechamos nossos negócios e começamos a protestar, nos sentimos decepcionados, isso não reflete a realidade, votamos contra Nicolás — disse Carolina Rojas, uma lojista de 21 anos, com raiva.

No centro de Caracas, vários comerciantes preferiram manter seus negócios fechados.

— Minha família ficou chorando em casa — descreveu o dono de uma venda de comida rápida com a grade de segurança do local aberta pela metade.

Venezuelanos protestam contra resultado da eleição em favela em Catia, bairro de Caracas — Foto: YURI CORTEZ / AFP



Durante a cerimônia de proclamação da vitória de Maduro pelo CNE, o presidente denunciou que o não reconhecimento do resultado por parte da oposição é uma tentativa de "golpe de Estado":

— Estão tentando impor na Venezuela um golpe de Estado novamente de caráter fascista e contrarrevolucionário — disse Maduro após ser proclamado vencedor. — Estão ensaiando os primeiros passos fracassados para desestabilizar a Venezuela e impor novamente um manto de agressões e de dano ao país.

O Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação para apurar um suposto ataque hacker que teria tentado invadir o sistema de transmissão de votos durante as eleições presidenciais de domingo, com o procurador-geral da República, Tarek William Saab, acusando os opositores do regime chavista María Corina Machado, Leopoldo López e Lester Toledo de estarem por trás da tentativa, com objetivo de adulterar o resultado da votação. O país usa a votação eletrônica desde 2004, e as máquinas não estão conectadas à internet.

Nas ruas, muitos defendem que o pleito foi fraudado pelo governo.

— Saímos [às ruas] porque houve fraude — disse um manifestante, que se identificou apenas como David, 40 anos. — Eles estão chamando o exército, mas temos que protestar.

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Panelaços

O som das panelas ecoa incessante dos edifícios nas ruas de Caracas em sinal de descontentamento pelos resultados das eleições. Por medo dos coletivos, como são conhecidos na Venezuela os grupos de choque pró-governo acusados de reprimir protestos antigovernamentais, a maioria optou por protestar das varandas de suas casas.

— Isto é pelo descontentamento — disse à AFP uma moradora que pediu anonimato por temor a represálias. — Demoraram até quase uma da madrugada para dar resultados de mentira — acrescentou, com lágrimas nos olhos.

Em suas mãos, ela segurava uma buzina com as cores amarelo, azul e vermelho da bandeira da Venezuela.


O Globo

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