Líder da oposição mostra que em 14 anos do Governo do PT, há repetição dos mesmos métodos, com os mesmos personagens, com a mesma estratégia, com uma diferença, com velocidade ainda maior. Foto: Magnus Nascimento
Recentemente tivemos uma decisão do ministro Flávio Dino em relação às emendas. Qual a sua opinião sobre isso? O sr. acredita em algum acordo entre governo e STF?
Não serei leviano para fazer uma afirmação de que houve. “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”. Jabuti não sobe em árvore. Está muito claro que há uma afinidade muito grande entre o Supremo Tribunal Federal e o Governo Federal como nunca antes na história desse País, parafraseando o presidente Lula. Há um desequilíbrio, uma disfuncionalidade entre os poderes. A maneira como o STF tem agido se arvora na condição e na prerrogativa do legislativo e do executivo. Sobre as emendas, é evidente que existe um descontrole, o valor das emendas explodiu exponencialmente. Tem R$ 40 ou R$ 50 bilhões num País que está quebrado. Falta liderança política, liderança moral do presidente da República para sentar numa mesa com os Poderes.
Qual a sua opinião sobre o recente decreto de Lula que limita as ações das forças de segurança no país?
Eu acho que toda ação no sentido de melhorar ou diminuir a letalidade policial é positiva, mas o governo pratica uma chantagem. Primeiro, há uma discricionariedade e uma autonomia das polícias estaduais. Então o governo está dizendo o seguinte: ‘ou você faz o que eu quero ou você não acessa o Fundo Nacional de Segurança’. Depois, o governo tem feito muito pouco em relação ao crime organizado. Está muito preocupado com a questão da polícia e pouco preocupado com o crime organizado no País. A Polícia Federal hoje tem se notabilizado em ser utilizada para coibir crimes de opinião. A gente via a Polícia Federal sendo usada para coibir corrupção, malversação de recursos públicos. A outra questão em relação à segurança pública é que há uma glamourização do crime. O governo defende uma política de desencarceramento. Várias lideranças importantes do governo e do Partido dos Trabalhadores são favoráveis à descriminalização das drogas. E tudo isso gera um efeito, no mínimo, contraditório na sociedade.
O ministro Alexandre de Moraes mandou prender mais uma vez o ex-deputado Daniel Silveira. Qual sua opinião sobre essa nova decisão?
É mais um excesso do ministro, porque, primeiro, a progressão de pena dele foi ignorada. Só depois de dois ou três meses foi dada a progressão de pena. Quando ele sai, sai com uma série de medidas restritivas absolutamente excepcionais. Quem tem uma progressão de pena vai para casa. Mas ele foi com tornozeleira, com proibição de dar entrevista, com proibição de acesso à rede social, de conversar com determinadas pessoas. Ele saiu para uma semiprisão. E aí ele tem um problema médico e, antes que se pergunte o que de fato ocorreu, ele é preso preventivamente novamente.
O governo do Estado anunciou a inauguração da barragem de Oiticica e a Prefeitura de Natal está prestes a concluir a engorda, entre outras obras, projetos que o senhor teve atuação decisiva na liberação de recursos quando ministro. Como o senhor vê a conclusão desses projetos?
Na época em que eu estive aqui como ministro, mais de R$ 300 bilhões foram viabilizados para a Barragem de Oiticica. Ela só não foi concluída naquela oportunidade porque a gestão das obras estava com o Governo do Estado e o governo não fez a administração e a mediação com os envolvidos na área, o que impediu que a parede, daquele vão central, tivesse a sua altitude para a formação do lago na época em que estávamos na frente da administração. Mas a sua conclusão, sem dúvida nenhuma, é um marco importante no Rio Grande do Norte porque ele passa a ser o pulmão que vai recepcionar a entrada das águas do São Francisco, que vai permitir, inclusive, a segurança hídrica daquela região do Seridó. Em relação à engorda, nós resgatamos o projeto, estava perdido, na época, nós tínhamos o Comando da Defesa Civil Nacional, reformulamos o projeto, ampliamos o projeto e começamos a liberação de recursos. E ele, finalmente, agora está em via de conclusão, o que vai melhorar muito a principal atividade econômica da cidade do Natal, que é o turismo.
Que avaliação o sr. faz dos dois primeiros anos do Lula 3?
Lula tem, numa velocidade muito maior, repetido os erros que cometeu nos 14 anos do PT. Os 14 anos do PT foram coroados com a maior crise econômica que esse país já viu desde 1948, com perda de empregos, com supressão do PIB, com o fechamento de centenas de milhares de empresas, o aparelhamento da máquina pública, dos fundos de pensão, o endividamento da Petrobras a nível recorde. Então, tudo isso foi fruto de uma política populista, de uma política equivocada, que cobrou um preço muito forte, principalmente dos mais pobres, que o PT disse que defendia. É o que está acontecendo agora em dois anos Lula está fazendo de maneira muito acelerada em dois anos. Nós vamos terminar o ano com um crescimento de quase 30% do dólar contra o crescimento de 6% do salário mínimo, o que significa perda de poder de compra. Nós estamos vendo aí a fuga do capital do Brasil. Nunca saiu tanto dólar do Brasil. Os investidores estrangeiros e os nacionais comprando dólar para ir embora do país. Nós estamos vendo o arquivamento de projetos importantes, que significam investimento no Brasil.
Que paralelo faz com os dois primeiros anos do governo Bolsonaro?
O Bolsonaro, quando ingressa no governo de 2019, ele vem de dois anos que o presidente Temer estava querendo sair desse buraco que havíamos sido colocados pelo governo do PT. Então foram dois anos de muitas mudanças que permitiram que o Brasil começasse a melhorar o seu ambiente macroeconômico. E o presidente deu continuidade. Nós fizemos a reforma da Previdência, diminuímos os impostos em mais de 4 mil itens industrializados, modificamos a forma como o governo agia na questão do governo eletrônico. Nós criamos a Lei de Liberdade Econômica, que agilizou muito quem quer criar ou fechar uma empresa. Fizemos o marco do saneamento, que permitiu o aumento de 1000% do investimento de saneamento básico e água tratada, aumentou de R$ 5 para R$ 50 bilhões por ano. Nós começamos um trabalho agressivo de mudança de marcos regulatórios, como cabotagem, como ferrovias, como startups, o que permitiu que nós tivéssemos quase R$ 1 trilhão contratados para a iniciativa privada, em concessões e privatizações que ocorreram no Brasil. Nós reiniciamos e concluímos dezenas de milhares de obras inacabadas. É o momento de tentarmos preservar o legado, e para isso é necessário estarmos permanentemente fazendo a nossa parte, brigando para que as coisas aconteçam e que a gente possa minimamente sobreviver nos próximos dois anos, até 2026, quando certamente nós teremos a condição de retomarmos o controle do país e entregarmos de volta aos brasileiros.
Após eleito senador o senhor acabou se distanciando dos prefeitos de Natal, Álvaro Dias, e de Mossoró, Allyson Bezerra. Como está a relação com eles atualmente? Estarão juntos em 2026?
Em relação ao prefeito Allyson, nós tivemos a oportunidade de sermos parceiros do prefeito, da administração, fazendo justiça a Mossoró, independente do prefeito Allyson. Nós fizemos uma série de investimentos naquela cidade. A obra mais importante em Mossoró, que é o complexo viário que está sendo construído, foram recursos alocados na época em que eu era ministro, mais de R$ 40 milhões na época. Ajudamos com a recuperação do matadouro público. Investimos na segurança e no calçamento da cidade. Por ocasião da última eleição, o prefeito entendeu que não deveria fazer uma aliança com o PL. Ele foi vitorioso. Espero que ele faça um bom mandato. Agora, a nossa aliança política que existiu por ocasião da minha eleição para o Senado, realmente deixou de existir. Isso não significa que no futuro nós não possamos nos reencontrar politicamente. Em relação ao prefeito Álvaro, todos são testemunhas da ação que empreendemos aqui na cidade do Natal. Obras importantes como a questão de recuperação da Pedra do Rosário, as trincheiras, os recursos foram inclusive redirecionados para o asfaltamento da cidade do Natal. Recursos para a drenagem de centenas de ruas na zona Norte de Natal, o pontilhão entre Cidade Nova e Cidade Satélite, a reurbanização das praias urbanas. Nós ficamos juntos agora em 24, na eleição de Paulinho Freire, estamos fazendo parte do mesmo grupo político, acho que temos tudo para caminhar juntos em 2026.
E em relação às alianças com Paulinho e Styvenson?
Eu conheço Paulinho há quase 50 anos, desde os bancos escolares no Marista. Convivi com ele depois de deputado estadual, depois de deputado federal. É uma pessoa que cresceu, amadureceu, ele tem esse sentimento de conhecer bem a cidade, é um cara que veio da área privada, no turismo, que é o mais importante para Natal. Então ele é nosso parceiro, nós temos uma afinidade e uma aliança política que certamente vai continuar em 2026. E o Styvenson, eu fui a primeira pessoa que o chamou para ser candidato. Eu já via em Styvenson alguém que tinha essa característica de ser uma pessoa que ao mesmo tempo que tinha uma empatia, uma relação interessante com a sociedade, se comunicava bem com a população, ele mostrava muita consistência do ponto de vista de integridade. Na virada de 22, ele se reposicionou do ponto de vista de relacionamento político. Nesses dois últimos anos, nós convivemos muito próximos, pelo fato de estarmos no Senado. E a grande maioria das matérias a gente tem votado de forma parecida. O que nós temos é que nós não iremos ser candidatos um contra o outro. Então, naturalmente, Styvenson pode ser candidato à reeleição ao Senado, ou pode ser candidato ao governo. Eu só posso ser candidato ao governo. Então, eu vou manter uma postura de pré-candidatura ao governo.
O governo Lula 3 tem batido recordes negativos, como o dólar disparado, inflação descontrolada, enquanto a Lei Rouanet bombando. Qual o projeto que o senhor identifica do PT para o País?
O projeto do PT é se perpetuar no poder. O PT não tem projeto de País, tem projeto de poder. Isso é muito ruim, porque quando algum grupo ou alguém tem um projeto de poder, vale tudo, inclusive quebrar o País. Inclusive destruir a sociedade, as instituições. E por isso que nós combatemos o PT, porque ele não tem projeto de país.
Que balanço faz da atuação do PL no RN?
Aqui no Rio Grande do Norte o PL elegeu 18 prefeitos, 29 vice-prefeitos, e esses foram eleitos pelo PL. Nós tínhamos 18 prefeitos quando eu cheguei no partido, 16 saíram do partido, só dois ficaram. Um não foi candidato e o outro se reelegeu. Então, são 17 prefeitos eleitos pelo PL, isso é muito importante. Nós recebemos quatro deputados estaduais, temos dois, hoje somos a maior bancada na Assembleia Legislativa com seis deputados estaduais. Nós temos aí dois federais, porque o Robinson também está de saída. Nós vamos fazer um trabalho para fazer de três a quatro federais, porque nós vamos ter eleição para presidente da República. Precisamos fazer um senador, precisamos fazer bancada federal. Nós temos um compromisso com Styvenson, mas o outro senador é do PL. Nós agora até o mês de março, abril, devemos estar recebendo outros prefeitos, esperamos receber pelo menos mais de 15 a 20 novos prefeitos, nós vamos ser também com certeza o maior partido aqui do Rio Grande do Norte, tanto em número de prefeitos como em número de deputados estaduais, fizemos mais de 150 vereadores, nós já tínhamos a deputada Terezinha, o deputado Coronel Azevedo, mas novos deputados como Gustavo Carvalho, Tomba Faria, Kerginaldo, José Dias, que são pessoas importantes dentro da Assembleia Legislativa, que fazem diferença, que são formuladores, pessoas que vieram não apenas pela quantidade, mas pela qualidade da ação que tem na Assembleia. Nós temos o deputado Sargento Gonçalves, deputado Girão, então o PL hoje é sem dúvida nenhuma um dos maiores partidos do Rio Grande do Norte.
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