Estoque de sangue do tipo negativo entra em nível crítico no Hemonorte

Doações no Hemonorte podem ser feitas de segunda a sábado, inclusive aos feriados, por meio de agendamento ou demanda espontânea| Foto: Magnus Nascimento

O Hemonorte está operando em estado de alerta devido à falta de sangue das tipagens negativas. Até a manhã de quinta-feira (25), menos de 15 bolsas estavam disponíveis com este perfil, número considerado insuficiente para atender à demanda da rede hospitalar do Estado. A situação mais preocupante envolve o tipo O negativo, que se encontra zerado nos estoques.

“‘O negativo’ está zerado. O que tínhamos de bolsas com essa tipagem já foi enviado para as agências transfusionais. Estamos fazendo um alerta à população nesse sentido. As pessoas que têm essa tipagem, ou que não sabem, mas podem vir até nós, já vão auxiliar também”, declara a diretora de apoio técnico do Hemonorte, Miriam Mafra.


O tipo O negativo é conhecido como “doador universal”, podendo ser utilizado em qualquer paciente, independentemente da tipagem sanguínea, o que o torna vital em situações emergenciais, quando não há tempo hábil para identificar o grupo sanguíneo do paciente.

Porém, a escassez se estende também às tipagens A- e B-, todas classificadas como “críticas” no monitoramento interno do banco de sangue. Para o Hemonorte, o número considerado “seguro” seria, ao menos, 100 bolsas de tipagem negativa em estoque.

A diretora explica que a queda no número de doações é um fenômeno nacional, motivado por fatores diversos, entre eles o acúmulo de feriados, festivais e férias prolongadas, desde dezembro. “Esse fenômeno que nós estamos vivenciando está ocorrendo no Brasil como um todo. A base inicial, que é o O negativo, já tem em menor quantidade na população. E todos esses eventos contribuíram para que esse doador se ausentasse, saísse, não viesse até nós. É um processo acumulativo desde dezembro até abril”, detalha.

Além de casos de urgência, há pacientes com condições crônicas, como anemia falciforme e coagulopatias, que necessitam de transfusões constantes. O Hemonorte faz um apelo não apenas às pessoas que já sabem que possuem tipagem negativa, mas também àquelas que nunca doaram ou não conhecem seu tipo sanguíneo. “Buscar fazer grupos de amigos, mobilizar as pessoas. Como é uma tipagem que já não existe em grande quantidade na nossa população, as probabilidades vão sendo reduzidas”, orienta.

A Hemorrede do Rio Grande do Norte é composta pela sede do Hemonorte, localizada na avenida Alexandrino de Alencar, em Natal, e por unidades regionais em Mossoró e Caicó, além de Centros de Coleta e Transfusão em Currais Novos e Pau dos Ferros. Todas essas unidades estão operando com baixa reserva de tipagem negativa.

O Hemonorte reforça que a doação de sangue é segura, rápida e salva vidas. Os critérios básicos para doar incluem estar saudável, ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50 quilos. Menores de 18 anos devem estar acompanhados de um responsável legal. É necessário apresentar um documento oficial com foto. As doações podem ser feitas de segunda a sábado, inclusive aos feriados, mediante agendamento ou por demanda espontânea. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3232-6733 ou pelo site www.hemonorte.rn.gov.br.

Tribuna do Norte