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Força do bolsonarismo: evangélicos devem representar 35,8% da população em 2026, mantendo influência política

Pesquisa Datafolha também indicou que 69% dos evangélicos declaravam voto em Bolsonaro, enquanto 31% preferiam Lula

Nas últimas eleições, o segmento correspondia a 32,1% da população e foi um dos principais pilares do eleitorado de Jair Bolsonaro (PL). Foto: Carolina Antunes/PR


Um levantamento da consultoria Mar Asset Management projeta que os evangélicos representarão 35,8% da população brasileira em outubro de 2026. O cálculo foi feito a partir de dados da Receita Federal e do IBGE. Nas últimas eleições, o segmento correspondia a 32,1% da população e foi um dos principais pilares do eleitorado de Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, às vésperas do segundo turno, uma pesquisa Datafolha indicou que 69% dos evangélicos declaravam voto em Bolsonaro, enquanto 31% preferiam Lula. Esse cenário já ocorria desde 2018, quando Fernando Haddad (PT) também recebeu 31% dos votos desse grupo.

Distanciamento com o PT

O afastamento entre evangélicos e o Partido dos Trabalhadores (PT) começou no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), segundo o cientista político Vinicius do Valle, diretor do Observatório dos Evangélicos. Um dos pontos de atrito foi a inclusão da descriminalização do aborto no 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), o que gerou forte reação das lideranças religiosas e levou o governo a recuar.

A crise se aprofundou durante a presidência do deputado Marco Feliciano (PL-SP) na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, quando foram debatidos projetos como a permissão para que psicólogos oferecessem “cura gay”. O tema gerou protestos dentro do governo e apoio de pastores, ampliando o desgaste. Durante o processo de impeachment de Dilma, 92% da bancada evangélica apoiou a cassação da presidente.

Lula enfrenta resistência de evangélicos

Atualmente, 48% dos evangélicos avaliam o governo Lula como ruim ou péssimo, segundo pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira. O índice é superior ao registrado entre a população em geral (41%). Apenas 21% desse grupo considera a gestão ótima ou boa, uma queda em relação a dezembro, quando esse percentual era de 26%.

Desde o início do terceiro mandato, Lula enfrenta desconfiança entre evangélicos, em parte alimentada por fake news na campanha de 2022, como a alegação de que o petista fecharia igrejas. Após eleito, o governo tentou aproximação, ampliando isenções tributárias para igrejas na Reforma Tributária, mas as medidas não foram suficientes para mudar a percepção.

Há uma percepção generalizada de que o governo não é simpático aos evangélicos. O fluxo comunicacional contra a gestão é muito forte, afirmou Vinicius do Valle.
Bolsonarismo mantém apoio entre pastores

Enquanto o governo enfrenta dificuldades para se aproximar, pastores influentes seguem alinhados ao bolsonarismo. O bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, critica a atuação do governo e vê o engajamento da primeira-dama Janja da Silva em pautas progressistas como um dos fatores de rejeição entre evangélicos.

A maior parte do segmento não tem elos (com Lula) e, com o preço dos alimentos, a votação dos evangélicos carentes, ligados aos programas sociais, tende a diminuir, disse Rodovalho.


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