Aliados do ex-presidente sentiram um fio de esperança após o ministro Luiz Fux pedir vista e adiar o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado a frase "Perdeu, mané", na estátua da "A Justiça", que fica em frente à sede do STF.
Alguns advogados dos denunciados aventaram que o mesmo poderia acontecer com Bolsonaro e os outros sete, mas no fim do dia, era unânime a opinião entre advogados de que era apenas um desejo. Chegaram a brincar dizendo que o ministro já havia "queimado cartucho" com o pedido de vista da véspera e avaliaram como improvável a chance de que ele repetisse o gesto.
A avaliação dos advogados e dos aliados de Bolsonaro foi de que a presença de Bolsonaro no primeiro dia do julgamento que pode tornar o ex-presidente réu teve o efeito proposto: surpreendeu a todos.
Alguns advogados discordaram da ideia e avaliaram que a presença de Bolsonaro legitima o discurso político e acirra os ânimos com a corte. Nesta quarta-feira (26), ele desistiu de acompanhar o julgamento no STF in loco.
Nas últimas horas do dia, os aliados do ex-presidente disseram que chegaram a temer que Bolsonaro pudesse sair preso do julgamento após a aceitação da denúncia, uma especulação descartada por investigadores e integrantes da corte, que reiteram que a prisão só se vislumbra com o trânsito em julgado do processo — quando não há mais a possibilidade de recurso — ou se ele fizesse algo que justificasse a prisão preventiva.
Os advogados fazem questão de ressaltar que a presença de Bolsonaro não tinha a intenção de intimidar os ministros, mas sim de afastar a ideia de que o ex-presidente poderia fugir caso seja condenado e tenha a prisão decretada.
Em conversas reservadas, os ministros ironizaram a mera possibilidade de uma tentativa de intimidação: “Nós estamos muito intimidados, como dá para ver em nossas falas”.
Os últimos dois dias em Brasília estiveram voltados para a preparação do julgamento no STF que decidirá se coloca Bolsonaro e mais sete pessoas no banco dos réus por tentativa de golpe de Estado.
Entre os ministros, os mais elogiados pelos advogados ouvidos pelo blog são Cristiano Zanin e Flávio Dino. Zanin foi advogado do presidente Lula durante a Lava Jato e muitos advogados se mostram encantados com a sua condução técnica do caso. Dino é elogiado pela oratória e pela fundamentação de seus argumentos.
96 FM de Natal
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