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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Governo avança em negociação por 70 milhões de doses de vacina da Pfizer


O governo federal anunciou nessa 2ª feira (7.dez.2020) que avançou nas negociações com a Pfizer/BioNTech. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil deve adquirir 70 milhões de doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelas empresas.

“Os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção”, disse a pasta, em nota.

O ministério não informou a data em que as doses estariam disponíveis, apenas que o lote seria “fornecido em 2021”.

O presidente Jair Bolsonaro falou nessa 2ª feira (7.dez) que o governo vai ofertar a vacina contra covid-19 para toda a população “de forma gratuita e não obrigatória”.

Até o momento, o Brasil possui acordo apenas para aquisição da vacina da AstraZeneca/Oxford. O país receberá 100 milhões de doses do imunizante e vai fabricar a vacina em solo nacional.

A declaração de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que o governo de São Paulo divulgou que espera começar a vacinação no Estado em janeiro de 2021. O governo de João Doria (PSDB) tem parceria com a Sinovac . O acordo prevê o fornecimento de doses prontas da CoronaVac e a transferência de tecnologia para a fabricação da vacina pelo Instituto Butantan.

No fim de outubro, o Ministério da Saúde informou que compraria 46 milhões de doses da CoronaVac. O protocolo foi assinado pelo ministro Eduardo Pazuello. Um dia depois, Bolsonaro decidiu cancelar o acordo.

O prazo do Brasil para se acertar com a Pfizer está quase no fim. Na última 4ª feira (2.dez), Alejandro Lizarraga, diretor da área de vacinas da Pfizer Brasil, disse que o governo federal tinha “talvez uma semana” para comprar as doses.

Segundo ele, “o número de doses para todos os países tem diminuído consideravelmente em vista do interesse que existe por parte de todos”.

O imunizante da Pfizer/BioNTech já foi aprovado para uso emergencial no Reino Unido. A FDA (Food and Drugs Administration, agência sanitária dos EUA) tem reunião marcada para esta 5ª feira (10.dez) para avaliar o pedido da farmacêutica para uso emergencial nos EUA.

Estudos clínicos mostraram que a vacina tem 95% de eficácia na proteção contra a covid-19.

Um obstáculo para a distribuição desse imunizante, batizado BNT162b2, é a infraestrutura necessária para seu transporte e armazenamento. Isso porque a vacina precisa ser mantida a uma temperatura de -70ºC.

Na última semana, a farmacêutica apresentou ao governo federal um plano logístico detalhado, bem como ferramentas para apoiar o transporte, o armazenamento e o monitoramento contínuo da temperatura das doses.

Em nota (íntegra – 250 KB), a Pfizer disse que existe a possibilidade de realizar o transporte da vacina em uma “embalagem inovadora em caixas” nas quais o armazenamento da vacina a -75ºC pode se dar por 15 dias, em gelo seco.

O imunizante, de acordo com a Pfizer, pode ficar em um refrigerador comum (entre 2ºC e 8ºC) por até 5 dias, viabilizando a distribuição e vacinação –em especial na situação atual em que se pretende vacinar o maior número de pessoas em curto espaço de tempo.
VACINAÇÃO NO BRASIL

O Ministério da Saúde divulgou em 1º de dezembro um documento em que apresenta, sem informar datas, o plano preliminar de vacinação contra a covid-19 no Brasil. Leia a íntegra do comunicado do Ministério da Saúde (557 KB).

Na 1ª fase serão imunizados trabalhadores da saúde, população idosa com mais de 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em asilos ou instituições psiquiátricas, e população indígena.

Na 2ª fase do plano entram pessoas de 60 a 74 anos.

A 3ª prioriza pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença, como as que têm doenças renais crônicas e cardiovasculares.

Segundo a pasta, a 4ª fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e detentos. (Poder 360)

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