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segunda-feira, 20 de maio de 2024

Após prejuízos ao setor logístico, desvio na BR-304 é liberado


O desvio provisório na BR-304 foi parcialmente liberado após o Dnit anunciar pelo menos quatro datas e adiar todas elas, alegando condições climáticas | Foto: Divulgação



Após prejuízos ao setor logístico, o desvio provisório da BR-304 foi liberado parcialmente na tarde desta segunda-feira (20), no sistema pare e siga, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Com a interdição de trecho na BR-304 que liga Natal à Mossoró, o setor do transporte rodoviário de cargas e logístico no Rio Grande do Norte amargou prejuízos que vão de 30 a 40% no faturamento das empresas e aumento no desgaste com equipamentos. Além disso, o tempo nas entregas rodoviárias dobrou.

A rodovia federal está interditada há quase dois meses após fortes chuvas que atingiram o Estado no começo de abril. O desvio provisório, que está sendo feito pelo Dnit, foi parcialmente liberado após o órgão federal dar pelo menos quatro datas e adiar todas elas, alegando condições climáticas.

Segundo interlocutores do setor logístico e de cargas do Estado, há vários cenários que culminaram nos prejuízos. O primeiro deles é o gasto de tempo dos caminhões, que precisaram fazer o trajeto Natal/Mossoró utilizando a Estrada do Óleo (RN-408), o que aumenta o trajeto de quatro horas para até oito horas. Além disso, trechos de algumas dessas estradas acessórias não estão em boas condições, gerando custos com manutenção de pneus e peças dos caminhões.

Além dessas questões, José Neto, coordenador geral do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado do Rio Grande do Norte (Setcern), explica que os donos de empresa de logística tiveram pelo menos 30% de prejuízos no faturamento com o aumento dos custos que, segundo ele, não podem ser passados para os clientes em virtude dos contratos já terem sido assinados.

“Os contratos já estavam fechados pelas empresas de transporte. O que ocorreu foi um imprevisto e não conseguimos repassar esse custo para o embarcador. Acabamos assumindo esses gastos”, disse ele.

O transportador Nilson de Medeiros também aponta prejuízos na sua empresa e cobra agilidade do Poder Público na recuperação da BR-304. “O primeiro ponto é o dobro do tempo que estamos levando para transportar de Natal para Mossoró. Esse trecho leva geralmente de quatro a cinco horas e meia. Usando o desvio da Estrada do Óleo esse tempo praticamente dobrou. Essa estrada é muito ruim. Dobra o tempo, aumenta desgaste de pneu, gasto de combustível e colabora para a depreciação do carro”, disse.

A ponte da BR-304 caiu no final do mês de março após chuvas intensas na região. Como alternativa para quem precisa se deslocar entre Natal e Mossoró, os motoristas precisam alongar a distância através de desvios. O desvio terá 500 metros de extensão, 10,5 metros de largura (incluindo dois acostamentos de 1,5 metro cada) em pavimento de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). A camada de CBUQ terá sete centímetros de espessura, garantindo aos usuários mais segurança ao trafegar e possibilitando a passagem de veículos pesados. A pista provisória deverá ser utilizada posteriormente como parte do canteiro de obras para execução da nova ponte.

O desvio começou a ser construído na primeira semana de abril e tinha previsão inicial de 15 dias, mas teve prazo modificado em razão das chuvas, segundo informou o Dnit. No final de abril, o Dnit ampliou o prazo para a primeira quinzena de maio. No entanto, a data foi antecipada e anunciada nesta semana em uma reunião no Ministério dos Transportes.

Desde o final de abril, um desvio construído em propriedade privada, nas proximidades da ponte, tem desafogado o tráfego na região. O local não passa por fiscalizações e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não tem responsabilidade sobre o trecho. A utilização da rota, do início do desvio até o retorno à rodovia federal, leva cerca de 11 minutos. Segundo registro de motoristas, o valor cobrado para utilizar o desvio pela propriedade privada varia entre R$ 20 e R$ 30.

Tribuna do Norte

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